quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Arqueólogos de diversos países se reuniram no Estado de Chiapas, uma área repleta de ruínas maias no sul do México, para discutir a teoria apocalíptica de que essa antiga civilização previra o fim do mundo em 2012. A teoria, amplamente conhecida no país e contada aos visitantes tanto no México como na Guatemala, Belize e outras áreas onde os maias também se estabeleceram, teve sua origem no monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero e em um ladrilho com hieróglifos localizado em Comalcalco, ambos centros cerimoniais em Tabasco, no sudeste do país. O primeiro faz alusão a um evento místico que ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012, durante o solstício do inverno, quando Bahlam Ajaw, um antigo governante do lugar, se encontra com Bolon Yokté, um dos deuses que, na mitologia maia, participaram do início da era atual.

Até então, as mensagens gravadas em “estelas” – monumentos líticos, feitos em um único bloco de pedra, contendo inscrições sobre a história e a mitologia maias – eram interpretadas como uma profecia maia sobre o fim do mundo. Entretanto, segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), uma revisão das estelas pré-hispânicas indica que, na verdade, nessa data de dezembro do ano que vem os maias esperavam simplesmente o regresso de Bolon Yokté.

“(Os maias) nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012”, disse à BBC o pesquisador Rodrigo Liendo, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam). “Essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias.”

Durante o encontro realizado em Palenque, que abriga uma das mais impressionantes ruínas maias de toda a região, o pesquisador Sven Gronemeyer, da Universidade australiana de Trobe, e sua colega Bárbara Macleod fizeram uma nova interpretação do 6º monumento de Tortuguero. Para eles, os hieróglifos inscritos na estela se referem à culminação dos 13 baktunes, os ciclos com que os maias mediam o tempo. Cada um deles era composto por 400 anos.
“A medição do tempo dos maias era muito completa”, explica Gronemeyer. “Eles faziam referência a eventos no futuro e no passado, e há datas que são projetadas para centenas, milhares de anos no futuro”, afirma.

Quem dera um grupo de cientistas também se debruçasse com interesse e seriedade sobre as profecias bíblicas… Não deixa de ser interessante notar que na “profecia” maia há a previsão do regresso de um deus. De onde os maias teriam tirado essa ideia (comum a outros povos)? Na verdade, é bíblica a crença de que a volta de Jesus trará um novo reino de paz, ainda que também traga destruição (seguida de recriação, mil anos depois) para este mundo corroído pelo pecado. Segundo Liendo, “essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias”. Ele está certo, em parte. Ocidentais que conhecem devidamente as profecias bíblicas sabem que o Apocalipse representa esperança e uma nova realidade de justiça, paz e eternidade. O lado “apocalítico” (como sinônimo de destruição, apenas) é explorado pelas produções hollywoodianas. Tanto é assim, que só se fala em “fim do mundo” e não da Nova Terra.

Fonte: ofimdomundo




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