domingo, 10 de julho de 2011

Uma equipe internacional de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu, com o telescópio Atacama Pathfinder Experiment (APEX), moléculas de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) no espaço.

Eles observaram uma região em nossa galáxia próxima à estrela Rho Ophiuchi, distante cerca de 400 anos-luz.

A equipe encontrou o sinal característico de luz emitida pela substância, proveniente de parte das nuvens da Rho Ophiuchi.
Peróxido de hidrogênio é uma molécula chave para astrônomos e químicos. Sua formação tem uma relação muito próxima com de duas outras moléculas, a água e o oxigênio.
Já que acredita-se que grande parte da água em nosso planeta foi formada originalmente no espaço, os cientistas estão interessados em entender como o peróxido de hidrogênio é criado. 

Acredita-se também que a substância se forma no espaço sobre as superfícies dos grãos de poeira cósmica, partículas muito finas similares a areia e fuligem, quando o hidrogênio é adicionado às moléculas de oxigênio.
A reação de mais peróxido de hidrogênio com mais hidrogênio é uma forma de produzir água. Esta nova detecção da substância no espaço, portanto, deve ajudar os astrônomos a entender melhor a formação de água no Universo. 

- Nós não entendemos ainda como algumas das moléculas mais importantes aqui na Terra são feitas no espaço.
Mas nossa descoberta de peróxido de hidrogênio parece estar nos mostrando que poeira cósmica é o ingrediente que está faltando no processo - disse Berengere Parise, coautora do estudo.
A região próxima à estrela Rho Ophiuchi contém nuvens de gás cósmico e poeira muito densas e frias (cerca de -250 C), nas quais novas estrelas estão nascendo.

As nuvens são feitas, em sua maioria, de hidrogênio, mas contêm vestígios de outras substâncias químicas, e são os principais alvos dos astrônomos que caçam as moléculas no espaço.
Telescópios como o APEX, que faz observações de luz em comprimentos de ondas milimétricos e submilimétricos, são ideais para detectar sinais dessas moléculas. 

- Nós realmente estamos animados em descobrir sinais de peróxido de hidrogênio com o APEX. Sabíamos, por experimentos feitos em laboratórios, que tipo de comprimento de luz procurar, mas a quantidade da substância nas nuvens é de apenas uma molécula para cada dez bilhões de moléculas de hidrogênio, então a detecção exigiu observações muito cuidadosas - diz Per Bergman, astrônomo do Observatório Espacial Onsala, na Suécia. Ele é coordenador do estudo, que foi publicado na revista "Astronomy & Astrophysics".

0 comentários:

Enviar um comentário